Duas investigadoras do Departamento de Ciências do Comportamento, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, consideram que os cães sentem o sofrimento dos seres humanos, principalmente dos donos.
No estudo publicado na edição de fevereiro da revista Royal Society, Karine Silva e Liliana de Sousa consideram que há fortes probabilidades de o cão utilizar as duas faculdades cognitivas para confortar o ser humano. Apontaram ainda alguns fatores que as levaram a defender esta tese: o facto dos cães domésticos descenderem do lobo, animal altamente sociável; alterações biológicas sofridas durante o processo de domesticação, que começou há cerca de 10 mil anos; e a diversidade de raças existentes. Uma das explicações que apontam para este processo empático é o facto dos cães conseguirem interpretar feromonas especificas libertadas quando uma pessoa está em sofrimento.
As investigadoras ressalvaram, no entanto, que faltam estudos experimentais e discussão científica para comprovar a teoria. Experiências anteriores feitas com ratos já mostraram que estes reagem à dor sentida por outros da mesma espécie.